quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Um rapaz diferente




Ninguém quer nada com um rapaz diferente
Que percorre solitariamente as ruas
Às horas mortiças de pálidas luas
Quando os incautos dormem longamente

Ninguém quer nada com um rapaz soturno
Em contacto agreste com a natureza
Tímida e selvagem, feita de incerteza
Raio fulgurante sob o céu nocturno

E todos ignoram o seu uivo triste
O seu arranhar de portas e muros
O seu caminhar por becos escuros
Onde a raiva mora e a norma não existe

Também assim tantos percorrem vidas
Escondendo nas sombras a duplicidade
Num mundo aparente de normalidade
Em que com os iguais vão lambendo as feridas

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